quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A política “Um Laptop por Criança”: mudanças na realidade da educação na América Latina


Em um contexto sócio-político em que o acesso à Rede Mundial de Computadores se configura como prerrogativa à inclusão social e aos demais princípios nela intituídos, enquanto meio de participação política e construção cidadã, alguns governos de esquerda na América Latina investem em políticas de inclusão digital a partir da inserção de computadores portáteis no âmbito escolar. Como forma contemporânea de fomentar o sistema de educação ao permitir o contato com o universo da Informática e reduzir a distância social construída entre as classes economicamente mais favorecidas e aqueles que não têm acesso às novas tecnologias, a campanha internacional One Laptop per Child (OLPC), também conhecido como o computador de 100 dólares, aos poucos dá os primeiros passos para se tornar uma realidade na América Latina.

Alguns exemplos da aplicação desse tipo de política de assistência podem ser nitidamente observados em países como Colômbia, Peru e Uruguai. Os três governos somam juntos mais de 760 mil aquisições e de longe conferem à macroregião a condição de a mais a adepta ao programa. Brasil e Paraguai discutem a questão internamente e mantém programas pilotos, enquanto outros, como Argentina e Costa Rica demonstram interesse em aderir.

No país em vias de desenvolvimento mais democrático do mundo de acordo com pesquisa da Fundação Bertelsmann (Alemania, 2008), a medida também é vista como uma contribuição à integração política entre sociedade civil e Estado. Com 300 mil computadores, o Uruguai mantém a maior participação no programa até agora em todo o mundo – não apenas proporcionalmente, como também majoritariamente –, condição amplamente defendida como uma das grandes realizações do governo pela atual administração.

Mais do que postergar o comprometimento das ações do governo como conseqüência da crise econômica mundial, o presidente da República Oriental do Uruguai Tabaré Vázquez – primeiro mandatário de esquerda daquele país -, em ato público no coração da capital Montevidéu em março de 2009 em defesa de sua administração, não deixou de advogar incisivamente sobre política do OLPC em benefício a estudantes da rede de ensino pública. “Significa uma profunda inovação educativa e uma vigorosa democratização às possibilidades da sociedade uruguaia para acessar a informação, o conhecimento, a comunicação e a recreação”, sublinhou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário