Por Diogo Madeira
O momento ensolarado, no dia 15 de agosto deste ano, que gerou calor aos manifestantes da Campanha da Legenda Nacional presentes no 37° Festival de Cinema sediado em Gramado. A principal atração foi a participação do Marcelo Pedrosa, idealizador da Campanha da Legenda Nacional que veio do Recife, fortalecendo a manifestação expressiva na frente da casa dos artistas. Teve várias atividades como a entrevista até o discurso do Pedrosa antes do início da sessão desde o início da tarde ao fim.
O incidente que chamou a atenção pública foi a posição surpreendente da coordenadora, Elisa Vasco, que ficou de intérprete de Libras, transmitindo o que o pernambucano ditou aos presentes surdos.
O filme legendado, especialmente destinado aos surdos, também foi exaltado devido ao trabalho soberbo do cineasta Claudio Torres. A última tarefa antes do encerramento da manifestação foi a busca do apoio de alguns artistas na volta do calçadão da fama, estiveram participando os coordenadores regionais da CLN Carilissa Dall´Alba, Elisa Vasco e Marcelo Pedrosa enquanto os demais manifestantes na frente do calçadão da fama.
A origem da Campanha da Legenda Nacional
A indignação do surdo Marcelo Pedrosa deu a origem da CLN em 2004 quando foi convidado pelos amigos para ir ao cinema, em Recife para contemplar um filme nacional sem legenda. Isso motivou a luta pela acessibilidade.
Para quem deseja saber mais informações, acessa o WWW.legendanacional.com.br.
Entrevista com o Marcelo Pedrosa – a entrevista foi feita por e-mail.
O que você sentiu quando pisou em Gramado?
A sensação foi ótima, pois percebia que a comunidade surda, aquela que foi para o Festival de Gramado, é envolvente e atuante e isso foi importante, pois ela tem sensibilidade para esse movimento longo. Então me senti emocionado e isso me fez acreditar crescer mais a força da luta para chegar a nossa realidade.
Por que a manifestação da Campanha da Legenda Nacional tem de ser visível em qualquer festival de cinema?
Porque, em primeiro lugar, existe a obrigatoriedade à adoção de legenda OU a presença física de interprete de LIBRAS, constada no parágrafo 6º do artigo 23 do DECRETO Federal 5.296/04. Em segundo lugar, o público alvo são os profissionais (cineasta, produtores, jornalistas, etc.), sempre estão lá se conscientizando e se sensibilizando com o estimulo de atender à acessibilidade da comunicação. Enfim, os fãs e cinéfilos que lá frequentam, vão sentir na pele o quanto nós não temos acessos à inclusão cultural desse evento tão badalado e importante.
Os curtas e longas-metragens exibidos em festival de cinema sem legendas, isso deixa os surdos revoltados? Por que os filmes exibidos (principalmente nacionais) sempre aparecem sem legendas nos cinemas?
Isso deixa os surdos excluídos e sem acesso a nossa cultura brasileira e trilha sonora nosfilmes brasileiros. Não existe legenda por falta de planejamento cronogrâmico financeiro. Muito poucos profissionais têm esse conhecimento técnico para adotá-la. Por isso precisamos fazer esse tipo de ação, ou seja, informações educativas. Para facilitar o planejamento técnico-financeiro do sistema de adoção de legenda, é necessário tentar uma forma simples e barata, como esta: adotar a legenda na segunda projeção do audiovisual através do retro-projetor, isto é, projetando em frente dos filmes que têm recurso 35 mm ou película, a fim de baratear o custo da produção de legendagem a laser nestes recursos, que implica custo elevado.
Desde quanto tempo há Campanha da Legenda Nacional em ação? De onde surgiu essa ideia?
Desde 05 de maio de 2004, no encerramento do Festival de CINE-PE 2004 e a idéia foi minha, pois meus amigos eram ouvintes e isso implicava o lazer dele s com a minha presença sem eu ter esse tipo de acessibilidade. Faltava a inclusão sociocultural e eu precisava de alguma coisa pra despertar a falta de acesso aos produtos culturais.
Desde 05 de maio de 2004, no encerramento do Festival de CINE-PE 2004 e a idéia foi minha, pois meus amigos eram ouvintes e isso implicava o lazer dele s com a minha presença sem eu ter esse tipo de acessibilidade. Faltava a inclusão sociocultural e eu precisava de alguma coisa pra despertar a falta de acesso aos produtos culturais.
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